Amizade

Um brinde à amizade. Pago cinco euros por uma margarita e nem dez cêntimos pelo amigo.

A amizade está fora de moda. É um bem em desuso. Um bem, isso mesmo. Já não há questões

morais, tudo é comercial, um bem que se consome. Os amigos têm uma finalidade e nada

mais. Não chegam a ser pessoas, muito menos uma boa margarita.

Conhecemos tanta gente ao longo da vida e poucos ficam. E toda a gente reclama deste ou

daquele amigo e enche o peito para se afirmar o melhor amigo do mundo e arredores, que os

ET’s têm ar de ser muito pouco confiáveis com aquelas anteninhas para espiar a vida de toda

a gente. Uns fofoqueiros intriguistas, digo-vos eu. Pois bem, se toda a gente é tão bom amigo

e todos se queixam, onde estão os bons amigos do mundo? Uma incógnita quase tão grande

como a de onde está o avião da Malásia. Talvez estejam todos a beber margaritas com os

ET’s…

Mas deixemos os ET’s de lado, que não quero arranjar conflitos extraterrestres. Os

amigos, dizia-vos eu. Bem, já não há amigos. Só interesses. Aquilo a que se chama amigos,

actualmente, não vale nem os tais 10 cêntimos. Parece que a amizade se tornou o novo amor.

Uma mera ilusão romântica.

O curioso é que a dada altura (quando precisam) todos querem amigos extraordinários, todos

reclamam, exigem uma amizade verdadeira que nunca souberam dar a ninguém ou que deram

apenas enquanto não tinham nada melhor para fazer. E nem nessa altura se apercebem o

quão maus têm sido como amigos, o quão superficiais e desonestos têm sido para os outros e

até consigo próprios acreditando que são amigos maravilhosos.

A provar isso está o facto de até já existirem amigos por encomenda. Aqueles que se pagam

mesmo. Já se compra tudo neste mundo. Namorados, amantes, amigos, sexo. Há empresas

especializadas que lucram enormemente ao explorar a degradação do mundo. Hoje o mundo é

de plástico.

A moralidade e a fidelidade aos nossos princípios extinguiu-se e os princípios de hoje em dia

têm a ver com ecrãs, botões e hambúrgueres do Macdonalds, que até são muito bons. Mas,

meus amigos, se o que dão ao mundo é de plástico não façam exigências de carne e osso.

Um brinde à hipocrisia!

Pequena Grande Maldita C

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